06/09/2012

as outras, os outros e o resto da cambada toda

A contingência da amante ou ser apelidada como “a outra” nunca fez parte do cardápio das minhas relações amorosas. Sempre preferi não partilhar nem nunca ser partilhada. Uma relação deve ser vivida a dois, nunca a 3 ou a 7. Uma relação vivida a 7 relata apenas o número simbólico das pessoas que se intrometem numa relação. Aqui falo da família que “também” namora ou dos amigos que também gostam de opinar acerca do que é ou não é. Dos namorados que tive nunca apresentei um à minha família, talvez porque eu e os meus pais e irmãos sabemos separar as águas, ou porque eu não gosto muito de ser catalogada como sendo a “namorada” deste ou daquele ou se calhar porque verdadeiramente nunca tive qualquer estabilidade amorosa que me fizesse querer mostrar todo o mundo em que vivo.
Se alguma vez o tivesse feito, cada vez que terminava um relacionamento lá teria que abrir o caderno de encargos e começar a ditar as razões pela qual eu e aquela pessoa não estamos juntas. Não deu. Ponto. Não dá. Ponto.
Quando a família ou os amigos se querem intrometer no terminus de uma relação normalmente resulta em duas situações: zangas ou em cedências. Normalmente as zangas acabam por passar porque a família chega a um ponto que acaba por perceber que já nada mais à a fazer senão aceitar a decisão do rebento e desejar apenas o seu melhor, e o melhor significa a felicidade e o bem-estar da pessoa. As cedências comportam num “faz de conta” que se está muito feliz, que afinal valeu o esforço de juntar o casalinho novamente. Aparentemente é isso que acontece nos primeiros meses, parece uma cena de frete contente que se faz, depois volta tudo ao mesmo, voltam as zangas, volta o desinteresse sexual, volta o refúgio noutras cidades, noutros locais e com outras pessoas. Vai arrastando o final, que não precisa necessariamente de ser trágico. Quando chega o verdadeiro explodir da pressão já não há família que valha, nem usar os vícios sexuais que o corpo tem para convencer a volta ou outras artimanhas fracas. Nada. Acabou. Secou

5 comentários:

S* disse...

Eu já descobri ser a outra e fugi logo.

Zé Carlos disse...

Este teu post fez-me lembrar uma história minha. Há uns anos namorei com uma miúda, chamada Rita, e de certa forma os amigos e irmãos dela, passaram a fazer parte do meu grupo de amigos, gente que ainda hoje encontro com regularidade. O estranho disto tudo é que eu fui e continuo a ser o "namorado da Rita", o "ex-namorado da Rita"... incrivelmente, nunca conseguiram/quiseram saber o meu nome! E ainda há pouco tempo, num café, alguém me apresentou como sendo "um ex-namorado da Rita..." Além de patético, é estúpido! Mas tudo isto a propósito de também não gostar, nem permitir muita interferência da família/amigos nas relações.
Mas há gente que gosta de partilhar tudo com a família, com os amigos, etc...

Jedi Master Atomic disse...

Eu estou um bocado como tu, não gosto de andar a meter namoradas na familia e até agora tenho-me dado bem com esse plano.

Allie disse...

Sempre preferi manter as coisas afastadas da família (principalmente), exactamente por essa razão, quando acaba não temos que preparar um discurso, uma cara, uma disposição para justificar/aguentar/ouvir perguntas. A questão é que quando se namora há um tempo considerável é difícil não apresentar à família aquela pessoa com quem estás quase todos os dias, a maior parte do tempo, com quem fazes viagens, com quem passas férias, com quem partilhas a maior parte dos teus momentos, com quem gostas de estar nas datas importantes. Diria até que se torna incomportável "separar as águas" dessa maneira. Eu já tive de comunicar o fim de um relacionamento de alguns anos, a pior parte? As perguntas chegam às prestações, primeiro os pais, depois, num ou outro jantar, os tios e os primos, ao telefone, os avós e de vez em quando um parente mais afastado que ainda não sabe e decide perguntar 'se está tudo bem com o namorado'. No meio disto tudo o "simplesmente acabou" não cola, e há coisas que nem sempre desejamos que os nossos familiares venham a saber, por isso chegam as razões politicamente correctas: muito trabalho, muito estudo, quase não tínhamos tempo para estar juntos, os horários eram incompatíveis, e pronto deu-se o afastamento. Cola? Não colou, mas teve de servir.

Peppy Miller disse...

S*: fizeste tu muito bem ;)

Zé Carlos: a catalogação por vezes é má.. parece que o fantasma anda sempre lá ;(

Jedi: então és como eu. Só irei a presentar o "verdadei" à minha família (ou aquele que pode ser o verdadeiro) :)

Allie: Infelizmente ou felizmente (depende do ponto de vista) só apresentei um namorado meu à família e amigos verdadeiros porque foi o meu "mais longo". Concordo quando referes que muitas vezes é dificil "esconder" quando se faz tudo aquilo quer referiste acima. Mas, por vezes chateia-me que muitas falías e amigos queiram decidir por nós. Tipo deveriam compreender que "o não deu" é suficiente!! às vezes quando nos questionam muito sobre os motivos estão, de certo modo, a massacrar ;(